Na manhã de 18/05/2011 um caminhão carregado de soda cáustica virou na BR101, nas proximidades da Lagoa Passagem dos Cavalos, em São José de Mipibu-RN. 24 horas após o acidente, a empresa ainda não sabia informar o motivo do acidente.
O produto vazou em grande quantidade para dentro da lagoa, no lado onde funciona também um restaurante à beira da rodovia. O caminhão bloqueou completamente o trânsito no sentido Mipibu – Natal. Um agricultor foi levado pela SAMU após apresentar reações na pele, como alergia, pois o produto também contaminou o ar, através de evaporação.
A secretária de meio ambiente de Mipibu, técnicos do IDEMA e representantes do IBAMA estiveram presentes no local, e emitiram um alerta aos moradores das redondezas para que não façam uso da lagoa, pois a soda cáustica pode causar urticárias e até mesmo queimaduras graves. O problema afetou diretamente os criadores de peixes, que não puderam consumir ou comercializar até que a concentração do produto químico fosse avaliada.
Toda a área foi isolada, e durante as 24 horas seguintes técnicos, autoridades, e equipes de apoio trabalharam no local. A própria secretaria de meio ambiente sentiu na pela os efeitos da contaminação, relatando a sensação de ardor na pele. Toda a vegetação aquática amanheceu amarelada, demonstrando o alto nível de concentração de soda cáustica na água.
Uma barreira construída pela restaurante de forma irregular, segundo a representante do IBAMA, acabou sendo a salvação, evitando que a contaminação fluísse para os afluentes que contaminariam o Rio Pium.
A empresa Rodoquim informou que o produto tende a se concentrar no fundo da lagoa, e os técnicos estudam qual será a melhor alternativa para a situação, dentre elas a drenagem do material, ou a utilização de ácido acético, já disponível num outro caminhão, para neutralizar o PH da água, que de seu normal de 5,5 chegou a 6,9.
No final da manhã do dia seguinte a utilização da lagoa no outro lado da BR101 foi liberada, inclusive a pesca, e a contaminação do Rio Pium descartada. Toda a população foi alertada através de carros de som, tanto no momento do alerta de proibição, quanto na liberação da lagoa.
Ainda assim, a população demonstra certos receios, e é possível que até o restaurante sofra por algum tempo, pelo medo dos consumidores quanto à contaminação os peixes criados em tanques muito próximos ao local afetado.
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